Eu não sei voar
Dias passam como nuvens
Em brancas nuvens
Eu não vou passar
[Zeca Baleiro - Não tenho tempo]
Mal súbito
Sintomático de versos nublados
Randômicos e mal dispostos
Num guardanapo de avião usado
Porque deveras há poesia em guardanapos
Na modernidade dos Antônios
Ou nas marcas de beijos desde a brilhante ideia de colorir os lábios
Cada resto de batom num guardanapo traz em si uma poesia inteira
Qualquer resto limpado do canto dos lábios
Mas que tenha cor
A poesia é a libertação do pragmático
É o distintivo entre o asfixiado e o asmático
Só o segundo vive
Lá fora o céu azul encomprida
Preenche os espaços de infinitude
E o pássaro de ferro que me transporta
Me carrega pra mais perto de mim
É preciso perceber pra sentir
O céu colorindo o sorriso de azul
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